28 fevereiro 2005

Legislativas



Já toda à gente sabe e já toda a gente ouvi falar e comentou. Mas eu não podia deixar um ciclo político aqui no blogue sem o desfecho das legislativas.

Como já todos também sabem eu vejo a política pelo prisma da direita. Como tal é natural que tenha ficado desiludido com tudo o que se passou. Com a péssima campanha que se assistiu (em especial do PSD que claramente desceu à politica de 3º mundo), com os resultados que se obtiveram, com a desproporção Esquerda/Direita (60/40). Achei injusto que Portas tenha "perdido em toda a linha". Apesar de tudo parece-me que trabalhou efectivamente e seriamente no seu ministério, tal como Bagão Félix, e não mereciam ter descido nestas eleições. Aliás como podem (a surpresa!) os comunistas ter mais votos que o PP e voltarem a 3ª força política?! Ainda que Jerónimo de Sousa seja "simpático"... não deixam de ser uma ninhada de retardados desfasados da realidade política e mundial sem a miníma capacidade de formar um governo.
Preocupa-me ainda a representação significativa atingida pelo Bloco nas grande cidades. É um fenómeno que gostava de perceber melhor, essa adesão a políticas algumas delas extremistas, sem desprimor por Francisco Louça (que até achava um dos melhores deputados na assembleia).

Santana pagou muito caro o estilo de governação que adoptou. Não teve tempo de mostrar obra feita (acredito que fosse um governo capaz de trabalhar), mas em pouco tempo conseguiu fazer muita confusão, desorganização, transmitindo incredulidade ao povo e insegurança aos investidores e agentes económicos.
Provocou Sampaio e este acabou por reagir. Depois passou demasiado tempo a atáca-lo, tempo precioso com tantas convulsões políticas em tão pouco tempo. Este foi dando indicações de voto e de maiorias absolutas (não era momento de as fazer, na minha opinião, devia ter se neutralizado e apelado apenas contra a abstenção).
Depois a péssima campanha que só piorou a situação. O disparate de acusar as empresas de sondagens de megafraude. A excessiva colagem ao PP que deixou o espaço de manobra ao centro para Sócrates se impor.
Como disse Louça: "Santana e Portas vivos e ao junto, são o maior seguro de vida da esquerda nestas eleições".
Tudo contribuiu para a hecatombe social-democrata e maioria absoluta socialista. Terão se lembrado os eleitores socialistas da governação Guterres? E terão reparado na tralha guterrista que se afigura novamente para ocupar os cargos designados de "ministros". Não era isto que eu queria certamente.
Aliás porque não dizem os partidos quais são as suas propostas de ministros? Não deveriam os eleitores escolher um governo para além de um líder? Pelo menos a espinha dorsal do governo, ainda que houvessem alterações a fazer...

Só espero que a maioria permita formar um governo estável para o país. Que permita convidar para o governo bons ministros na área socialista. Que se empenhe a governar o país como se impõe.

FORÇA PORTUGAL!

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo, aliás fiquei fascinada com a clareza de ideias. É pena não haverem muitos jovens assim. O futuro bem precisa de pessoas dinâmicas e interessadas em resolver os problemas deste país atrasado. Força!