04 fevereiro 2005

O Debate

A grande expectativa em torno do esperado Debate, saiu um bocado frustrada.
O Debate foi morno, em boa parte devido ao sistema americano adoptado de rígidas regras em relação ao tempo que acabava por cortar muitas linhas de raciocíonio. Compreende-se a tentativa de garantir o máximo de equidade entre os dois protagonistas, mas perde em entusiasmo e em debate propriamente dito.

Enfim, apesar de tudo o debate não trouxe grande ideias, começou pessimamente com as polémicas e a tensão da pré-campanha que referi no último post em que se abordaram os piores aspectos da política. Passando esse período inicial seguiu-se o que realmente interessa.
Sócrates enverdou pelo cuidadoso caminho do "temos objectivos" e evitando prometer e comprometer-se, sendo bastante vago nalgumas intervenções, noutras evidenciando que se preparara bem, mas sem trazer nada de novo para quem está a procura de uma maioria absoluta. Aproveitou o seu tempo para sempre que podia fazer propaganda como se fosse um comício do PS e foi mesmo chato a repetir "os Portgueses vão julgar estes 3 anos dia 20!!".
Ora isto é evidentemente um tiro no pé, todos sabemos que Durão Barroso e a sua equipa fizeram bem mais em 2 anos que a tralha guterrista que se propõe governar novamente. Se quisesse enverdar por esse discurso tinha que pegar nas trapalhadas de Santana e na dissolução e mais nada. Foi bem mais agressivo (até aquele gesto de apontar insistentemente para o adversário...)

Santana na minha opinião levava os números sabidos, conhecia os dossiers, sabia bem o programa e a campanha do adversário (nesse aspecto ele é exímio) e apesar de preudicado por ter de ser ele a sempre a responder, não assumiu o ataque como se esperava que o fizesse. Foi mais objectivo, apresentou as suas propostas, muitas das quais me identifico mais (sou um adepto da ideologia PSD, que o Zé Carlos tão bem retratou no último comentário aqui no blog!) aproveitou para relembrar que o adversário que se propõe a governar é a tralha Guterrista que nós conhecemos e que fugiu quando o mal estava feito e o país estava no lodo o que é uma terrível verdade e deve pesar bem na consciência de todos os votantes de dia 20.

Se este era o debate para convecer indecisos, procurar maioria absoluta/relançar uma esperança de vitória, deixou bastante a desejar e aos candidatos exigia-se que apresentassem trunfos e outra dinâmica!

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